19 de mai. de 2013

SANTA CEIA - A igreja está fazendo isso errado!


Há muito tempo (e bota tempo nisso!), que a Santa Ceia é vista pela igreja - católicos e protestantes - como um ritual, uma prática religiosa. Mas preciso compartilhar com vocês algo precioso que aprendi a respeito deste assunto. O real significado da Ceia vai muito mais além daquilo que aprendemos durante todo este tempo.

A Ceia, assim como o batismo, é um sacramento. Ou seja, é algo que foi instituído por Cristo como prática na vida da igreja. É uma prática em que o Espírito Santo de Deus, toma os elementos naturais (neste caso o pão e o vinho) e os transforma em ensinamento para os nossos corações. O momento do sacramento, associado a fé e prática, é uma forma de consolidar valores, conhecimento, discernimento e revelação. É momento de produzir testemunho de vida!
Conforme Tito 2:12, a graça de Deus nos ensina e nos educa a viver. Aquilo que a salvação produz em nós para o cotidiano, para os relacionamentos e desafios da vida, é um processo de educação. Só podemos experimentar a vontade de Deus em sua plenitude, se formos reeducados em nosso entendimento!

Bom, na medida em que nosso entendimento vai sendo transformado pelas virtudes de Deus que se revelam em nós, nossa fé vai sendo aperfeiçoada, fundamentando uma nova maneira de viver. E o sacramento tem esse efeito pedagógico, no sentido de nos salvar para a vida, produzindo em nós entendimento, clareza, substância espiritual de conhecimento de Deus.
E não temos como falar de tudo isso pensando na massa de um pão ou da farinha misturada ao leite. Ao contrário do que muitos pensam, Cristo não incorpora no pão no momento em que o colocamos na boca. Isso é invenção humana. Quando celebramos a Ceia, não comemos o corpo de Cristo e bebemos do seu sangue literalmente. Jesus nunca disse isto! O ensinamento que este sacramento nos traz, não está relacionado aos elementos em si, mas sim à prática em torno deles. Então vamos ao que interessa!


Lá em 1 Coríntios 11, Paulo começa falando aos irmãos, que o ajuntamento da igreja e suas reuniões andam produzindo mais mal do que bem. E definitivamente isso tem acontecido no meio cristão nos dias de hoje. A igreja anda ensinando equívocos ao invés de produzir revelação. Por quê? Porque a grande maioria das reuniões acontecem por causa de um interesse comum e não por causa de uma consciência comum. Ou seja, vamos à igreja por conta do nosso senso de oportunidade e de vantagem, para obter e alcançar um tipo de benefício (bênção). Concluímos então que podemos ter um interesse comum, mas não um espírito comum. Como é isso? Quando não temos consciência um do outro. Por isso Paulo, quando fala aos Coríntios no contexto da Ceia, enfoca sobre a questão de divisão no corpo.

Mas ele também diz que os conflitos são bons, pois as divergências existem para serem superadas. E a superação das divergências, revelam os escolhidos, ou seja, o grau de maturidade dos envolvidos. Mas este não seria o maior problema. Paulo relata que no momento das divisões, no momento em que impera o egoísmo e a igreja se preocupa com o benefício e vantagem, os irmãos não esperam um pelo outro para comer a Ceia. E é neste momento que inicia-se então o ensinamento sobre o real significado da Ceia do Senhor.

Os irmãos da igreja de Corinto estavam se reunindo para comer, e comer o seu próprio pão. Estavam preocupados com seu próprio apetite. Mais uma vez ele enfoca na questão do egoísmo. Assim, enquanto alguns ficam com fome, outro se embriagam , conforme 1 Coríntios 11:21. Opa! Então o vinho da Ceia embriagava? SIM! Está surpreso? rs

Bom, continuando, Paulo diz: “Será que vocês não têm casa onde comer e beber?” Veja que ensinamento magnífico temos aqui, mas que costuma passar despercebido: A mesa do Senhor não é para comer e beber, esse não é o objetivo principal, pois Paulo mesmo diz que isso poderia ser feito em casa. E que ensinamento podemos tirar deste relato? Que para atender nossas necessidades, para satisfazer nossos desejos, para se preocupar com nossos próprios interesses, podemos fazer isso em casa! O tempo de comunhão, é momento de olhar para o outro!

Se a nossa motivação ao celebrar a Ceia for a nossa fome e a nossa sede, ou seja, nossos próprios interesses, não estamos adquirindo conhecimento de Deus ao tomá-la. Pois quem experimenta de Cristo NUNCA MAIS terá sede, ou seja, NUNCA MAIS terá o seu próprio interesse como prioridade ou como principal motivação ao se reunir como igreja (Jo 4:14). Mas teremos o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, e cada um considerará o outro e os interesses do outro antes dos seus próprios, conforme Filipenses 2:3 à 7.

E para as igrejas de hoje, não é interessante falar e escutar sobre este assunto, não é mesmo? É por este motivo que as nossas reuniões andam fazendo mais mal do que bem. Temos muitas igrejas cheias, mas vazias espiritualmente. Igrejas que dão à luz à pessoas que não tem capacidade de se reproduzir e caminhar sozinhas. Elas vivem na dependência da igreja, um verdadeiro berçário que mama eternamente na “teta” da grande “mãe”. Reúnem-se para serem acariciados em seus caprichos e interesses pessoais, colocando as suas prioridades na frente das prioridades do outro: “Quero carinho, quero leitinho, quero remedinho, troca a minha fralda, me leva ao médico, estou dodói, fiquei magoado, me dá a bênção senão eu choro...”.

Aí o leitinho enche só na hora e os bebês voltam logo, porque a comida que lhes deram não tem sustância alguma! Pura estratégia, pois para a “grande mãe (igreja)”, é interessante que seus bebês não cresçam e não amadureçam espiritualmente, porque quando isso acontece, eles se tornam independentes, passam a doar suas vidas e a repartir com o outro aquilo que receberam do Senhor, ou seja, passam a caminhar com as próprias pernas. Dessa forma, a "grande mãe - igreja" deixa de lucrar($). Por isso ela insiste em dar apenas o leite! Irmãos, este definitivamente não é o espírito do ensinamento que Cristo nos trouxe ao instituir a Ceia.

A mesa do Senhor é aquela que esperamos um pelo outro, é aquela que ninguém come o seu próprio pão. Mas a mesa de demônios é aquela que o nosso apetite fala mais alto, aquela onde somos atraídos pela susceptibilidade das nossas carências. Aí vamos a igreja em busca de coisas que vão nos atender, nos consolar, suprir as nossas necessidades emocionais. E o que acontece? Comemos primeiro e repartimos depois. Isso quando repartimos! Sabe por que muitas orações não são ouvidas? Porque estamos pedindo a Deus a mudança do outro para nossa vida ficar melhor. Mas como bons cristãos, como verdadeiros imitadores de Cristo, deveríamos pedir a Deus a nossa própria mudança para a vida do outro ficar melhor! Isso é amor!

Existe maior exemplo do que o de Cristo? Que durante todo o tempo em que esteve aqui repartiu de si até ao ponto de entregar a sua própria vida? A mesa do Senhor é aquela que, ao recebermos o pão, damos graças, porque dando graças, confessamos a verdadeira origem do pão. Por que quando recebemos algo de bom desfrutamos primeiro e depois repartimos? Porque o nosso pensamento humano é: Isto é meu, eu consegui com meu esforço, meu empenho, meu jejum, minha oração, meu sacrifício, foi o preço que EU paguei! Por isso tenho o direito de usufruir antes de repartir.

Mas quando eu aprendo a dar graças por tudo o que recebo, entendo que o pão não é meu, porque vem de origem dadivosa. Não é um salário, uma recompensa pelo meu esforço. E se é uma dádiva, ele não é meu, é NOSSO. Eu não tenho direitos adquiridos sobre ele. Deus me entregou para que eu pudesse abençoar outras vidas. Temos a mania de achar que todo o bem que recebemos é um merecimento sobre os nossos acertos. Agora, se eu tenho consciência dos meus erros e da minha miséria, eu me torno uma pessoa grata, vivo em pleno estado de gratidão: “Deus depositou na minha vida muito mais do que eu realmente merecia. E se está sobrando, então eu tenho que de depositar na vida dos outros”.

Essa é a mesa, aquela que primeiro dá graças! Assim que Jesus pegou o pão, Ele deu graças, o partiu e disse: “Fazei isto em memória de mim”. Isto o que? O repartir! Já que é uma dádiva, eu não posso comer dele sem antes repartir. Muitas pessoas adquirem carros, casas, aumento de salário, bens e etc. Aí oram pedindo que Deus guarde, abençoe... Sabe de uma coisa? Quando você entrega algo nas mãos de Jesus, Ele dá graças e reparte! Se você deseja algo inteiro na sua vida, então não coloque nas mãos Dele.

“Mas isso é tão caro, tem um valor tão grande pra família, é tão valioso...”, “Mas o carro é tão novinho pra dar carona à tanta gente...”, “Mas minha casa está tão limpinha pra receber uma turma de jovens...”, “Mas meus filhos não podem comer com crianças fedidas e piolhentas...”. Meu irmão, sabe de outra coisa? Aquele bem que Deus entregou em suas mãos, seja ele qual for, Ele te deu para repartir e abençoar outras vidas e não para servir aos seus interesses individuais!

Jesus disse: Comam DESTE pão. Que pão? O pão partido! Porque todas as vezes que comerem DESTE pão, quando você se preocupa com a necessidade do outro e reparte o que tem com ele, está anunciando a morte de Cristo até que Ele venha! Então queridos, o princípio essencial da Ceia não é comer o pão, mas o repartir! A gente se reúne como igreja não pra comer, mas para dividir. E ao final, todos comerão pães partidos. Jesus, quando recebeu os cinco pães e dois peixes o que fez? Ele deu graças e REPARTIU! E os discípulos recolheram doze cestos de PEDAÇOS que sobraram, e não doze cestos de pães inteiros! O pão, a dádiva e a bênção que Jesus abençoa, nunca sobram inteiros! Essa é a mesa. E é por isso que as nossas reuniões andam fazendo mais mal do que bem, porque quando acontece o ajuntamento, todos estão preocupados com seus próprios interesses. Preocupados em suprir suas próprias necessidades espirituais, emocionais e materiais!

E você também aprendeu na igreja que o homem precisa examinar a si mesmo antes de participar da Ceia, certo? Aí, todos entram naquele clima zen antes de iniciar a celebração da Ceia, acontece um pedido de perdão coletivo para poderem participar da mesa. E ouve-se um murmurar na igreja: “Senhor, o que eu fiz de errado? Será que eu tô realmente purificado?” Então, mais uma vez ele está preocupado consigo mesmo e não com o outro. A Palavra de Paulo e de Jesus não é para que você encontre pecado na sua vida no momento de participar da mesa. Se fosse assim, ele teria feito uma cerimônia de confissão de pecados antes de repartir o pão.

Jesus está falando sobre aquele que come sem discernir o que amados? O corpo, a família, os irmãos! Ele não está falando de discernir a si mesmo. É nisso que estamos comprometendo a natureza dessa mesa! Estamos querendo comer o “pão sagrado” para benefício próprio. Mas a mesa da Ceia tem um significado oposto. É momento de reconhecer a nossa vulnerabilidade, nossa transparência e fragilidade em benefício do outro!

O pão só vai ser sagrado quando encontrar o seu verdadeiro propósito, quando vivenciar o seu destino original. O pão não se torna sagrado quando está inteiro, mas sim quando é partido. Ele seria corrupto se permanecesse inteiro. Mas aí, o crente quer ser o grão de areia do pão, aquele pedaço que não se reparte, e sai quebrando os dentes de todo o mundo! Ele não reparte a sua vida, não reparte seu tempo, não reparte sua casa, não reparte seu carro, não reparte seu dinheiro... Querido, prestenção: é a esperança de ver o outro alimentado que enche o nosso coração e faz o sofrimento de ser “rasgado ao meio” possível!

A mesa do Senhor é aquela que o nosso bem maior é dividir. E você tem liberdade de fazer isso na sua casa amado! Há uma autoridade espiritual pedagógica nessa prática. Isso traz cura! Quando o “bicho” estiver pegando na sua casa, nos seus relacionamentos, é hora de parar e repartir o pão, para lembrar a natureza da nossa relação. É durante as divergências que colocamos em prática o ensino que a Ceia nos traz. Você pode até ter dúvidas a respeito do comportamento do outro, se o que ele está fazendo é certo ou errado, mas isso nunca pode colocar em cheque a convicção de quem nós somos na vida um do outro e da natureza da nossa relação. E essa certeza nós só alcançamos quando repartimos o pão e nos tornamos parte do mesmo pão, que é o corpo de Cristo. É deste modo que todo o espírito de facção, divisão e contendas são destruídos.

Percebe como a igreja (falo aqui de sistema e instituição) tem distorcido muitas verdades Bíblicas? O privilégio de repartir o pão não é apenas de líderes religiosos, é privilégio de todos nós! Você não precisa de um diploma, de um título ou de um cargo para celebrar a Ceia. Todos nós fazemos parte do mesmo corpo e ninguém é maior ou melhor do que ninguém! Deus nos chamou para sermos livres, mas a igreja tem insistido em nos acorrentar com suas regras e doutrinas sem fundamento. É momento de acordar e agir!

Este texto que você acabou de ler é uma mistura de um pedaço de pão que o Pr. Paulo Júnior repartiu comigo através de uma pregação e de mais algumas coisas que tenho aprendido com o Senhor. Eu recebi este pão, dei graças e reparti com vocês. Agora vão e façam o mesmo...

Em amor,

Dani

Fonte: 
http://omundoeoreino.blogspot.com.br/2013/05/santa-ceia-igreja-esta-fazendo-isso.html
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