27 de jan. de 2014

Amei a Loki, e Odiei a Thor

Por COLLIN GARBARINO

O grande lançamento de 2012, Os Vingadores, levou milhares de espectadores a pedir por mais Loki, personagem interpretado por Tom Hiddleston. E Thor: O Mundo Sombrio não decepcionou esses fãs. Loki rouba toda cena em que aprece. Acho que tem um jogo de palavras na última frase.

A dinâmica familiar entre Thor e Loki me lembra outra famosa rivalidade entre irmãos, Jacó e Esaú. Esaú e Thor são os irmãos mais velhos, Jacó e Loki, os mais novos. Thor e Esaú desfrutam do amor de seus pais, enquanto suas mães favorecem Loki e Jacó. Thor é um bruto cabeludo. Esaú é um bruto cabeludo. Loki é um trapaceiro tentando roubar a primogenitura do irmão. Jacó é um trapaceiro que rouba a primogenitura do irmão. Esaú casa com uma mulher que seus pais não aprovam. Thor passa seu tempo atrás de uma mulher que Odin desaprova. Jacó disfarça-se como seu irmão. Loki disfarça-se de todo mundo.

Por quem deveríamos torcer ao assistirmos Thor: O Mundo Sombrio? A Bíblia aprova Jacó, então eu acho que isso significa que deveríamos apoiar Loki. Mas ele não é um vilão? Bem, sim, mas mesmo o deus do trovão admite que ele tem mais de governante que Thor. Deixe as pessoas fazerem aquilo no que elas são boas.

Mas não me entenda mal. Eu adoro Thor como personagem. Mas, quando ele está contra seu irmão mais novo, não consigo não torcer por Loki. A versão de Hiddleston para o enganador “fascina” – no sentido mais arcaico da palavra.

O fascínio de Loki vem de sua complexidade. Eu passei o filme todo perguntando: “Esse é o Loki verdadeiro?”. Após o final do filme, eu pensei sobre a cena em que Thor visita Loki na prisão. No começo, Loki mantém sua compostura, e ele zomba de seu irmão. Thor diz: “Basta!” e a ilusão desaparece. Nós vemos o verdadeiro Loki, despenteado e desconsolado, sentado no chão. Foi uma cena excelente na qual nós vemos Loki devastado pelas escolhas que fez.

Mas ele estava realmente devastado? Era o Loki verdadeiro? Depois do filme, eu comecei a imaginar. E se a cena contivesse uma ilusão dupla? E se Loki mostrou a Thor o que Thor desejava ver para poder sair da prisão. Como Loki é o enganador, todas as suas cenas estão abertas a questionamento. É possível ir ao desespero tentando enxergar o verdadeiro Loki.

Eu cheguei a uma maneira alternativa de interpretar o personagem. Eu decidi que a genialidade de Loki é que nada daquilo é ilusão. Seu desdém por Thor, real. Seu amor por Thor, real. Sua necessidade desesperada da aprovação de Odin, real. Seu auto-sacrifício, real. Sua natureza autocentrada, real. Sua arrogância, sua bravata, sua penitência, sua dor – é tudo real. Loki é o enganador supremo porque ele acredita em cada uma de suas ilusões. Ele não está enganando os outros tanto quanto ele engana a si mesmo. Loki é o personagem mais complexo que eu já vi em um filme de super-herói (embora o Homem de Ferro de Robert Downey Jr. alcance um segundo lugar extremamente próximo).

Eu acho mais fácil me identificar com Loki que com Thor. Thor é um herói. Eu queria ser um herói. Loki queria ser um herói também. Loki e eu percebemos que há uma lacuna entre o que nós somos e o que aspiramos ser. Algumas vezes, nós fingimos. Às vezes, o reconhecimento da lacuna causa ações destrutivas que, na verdade, aumenta a lacuna. Loki e eu temos corações complexos e perversos. Algumas vezes, nós dois acreditamos em nossas próprias mentiras. Loki só quer ser amado, mas, se ele não conseguir isso, ele tentará ser temido. Isso resume muito bem meu relacionamento com meus alunos.

Assim, pelo menos por enquanto, estou na torcida por Loki. Eu quero descobrir o que ele fará a seguir, e espero que o próximo filme contenha graça suficiente para libertá-lo de suas próprias ilusões. Nem Loki, nem eu podemos nos libertar de nossos próprios corações enganosos.

Essa é minha abordagem agostiniana para um filme de super-heróis, se é que isso tem algum sentido.


Traduzido por Josaías Jr | Reforma21.org | Original aqui

14 de jan. de 2014

4 disciplinas espirituais características desta década


Não existem pecados novos, somente maneiras mais eficientes e variadas de os cometê-los. Antes que deixemos o padrão da cultura do século XXI nos pegar em sua corrente, vamos pausar por um momento e examinar nossos comportamentos. Talvez, seja hora de nadar contra o fluxo da informação.

Aqui estão quatro disciplinas piedosas que deveríamos buscarmos em 2014 e que ganharam um significado singular nos últimos 5 a 10 anos.

1. Para de olhar para seu umbigo e para seu iPhone.

O advento dos smartphones introduziu uma taxa sem precedentes de interrupções em nossas interações sociais. Os telefones nos tornaram pessoas egoístas e sem consideração de maneiras que costumavam parecer grosseiras e incultas.

Antigamente, se alguém viesse até você e começasse a falar enquanto você já estava em outra conversa, essa pessoa seria considerada rude.

Essa década, porém, fez com que nos sintamos rudes por não responder instantaneamente qualquer interrupção que surge no nosso telefone.

Você sabe como é frustrante ser interrompido no meio de uma frase por um toque de telefone, apenas para ver a pessoa com quem você estava falando solta o “E aí?”como se fosse uma questão de vida ou morte. Eu entenderia se Jack Bauer me pedisse para esperar um minuto enquanto ele checava os SMS do presidente. Mas pouquíssimas pessoas trabalham para a unidade antiterrorismo ou estão numa ligação interceptando um ataque terrorista.

Muitas pessoas respondem seus telefones por apenas uma razão: elas escutaram ele tocar. Quão pavloviano isso pode ser?

Considere que falta de consideração e humilhante é espiar atentamente uma tela, enquanto a pessoa à sua frente ainda está falando com você.

E mesmo que a mensagem tenha uma origem importante por um motivo realmente urgente, é certo que devemos dar – a quem quer que esteja conversando conosco – a permissão para que termine seu raciocínio, ou, caso contrário, precisamos desculpar-nos com uma explicação de por que esse intruso é legitimamente mais importante que os outros.

Creio que essa área está se tornando uma na qual os cristãos podem testemunhar e dar exemplo. Pessoalmente, eu decidi que, neste ano, não permitirei que meu telefone me faça comportar-se sem consideração por aqueles a quem amo.

Aliás, uma vez eu rejeitei uma ligação durante um jantar de família. Sabe o que aconteceu? Nada. Vai entender. Aparentemente, minha disponibilidade não é tão crítica para a segurança nacional quanto a de Jack Bauer.

Filipenses 2.3: mas por humildade cada um considere os outros superiores a si mesmo

2. Favoreça o face-a-face, não o Facebook

Em uma resolução relacionada, eu quero cultivar amizades em cafés, na minha casa, na praia ou em outros lugares que são… bem, lugares reais. Relacionamentos de Facebook, forjados no ciberespaço, abastecidos por SMS e emoticons, têm seu lugar nas interações humanas, mas eles não deveriam substituir a preciosidade da comunhão que vem por estar junto.

É uma maneira de amar seu próximo e honrar a imagem de Deus em vez de uma imagem baixada na internet.

Esta é uma coisa que Satanás adora enfraquecer…

1 Ts 2.17-18: Nós, porém, irmãos, sendo privados de vós por um momento de tempo, de vista, mas não do coração, tanto mais procuramos com grande desejo ver o vosso rosto; Por isso bem quisemos uma e outra vez ir ter convosco, pelo menos eu, Paulo, mas Satanás no-lo impediu.

1 Ts 3.10-11: Orando abundantemente dia e noite, para que possamos ver o vosso rosto, e supramos o que falta à vossa fé? Ora, o mesmo nosso Deus e Pai, e nosso Senhor Jesus Cristo, encaminhem a nossa viagem para vós.

3. “Twíte” para edificar, não para atrair atenção.

Pv 29.11: O tolo revela todo o seu pensamento, mas o sábio o guarda até o fim.

Pv 29.20: Tens visto um homem precipitado no falar? Maior esperança há para um tolo do que para ele.

Ec 9.17: As palavras dos sábios devem em silêncio ser ouvidas, mais do que o clamor do que domina entre os tolos.

Em outras palavras, só porque você tem uma tribo de seguidores no Twitter ou em seu blog, não significa que você deva se deliciar em soltar qualquer pedantice que sai do seu reservatório de opiniões birutas.

4. Acrescente valor, não barulho.

A internet tem permitido acesso a palanques e púlpitos que seriam melhores se os deixássemos no silencioso. Mas, agora, qualquer um com um ponto de wi-fi pode elevar baboseiras banais e ocas a um nível de contéudo publicável. Como crentes, precisamos aplicar os padrões de comunicação do nosso Senhor a toda mensagem que postamos.

Ef 4.29: Não saia da vossa boca [ou conta do Twitter, ou página do Facebook ou blog do WordPress] nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.

Pv 10.19-21: Na multidão de palavras não falta pecado, mas o que modera os seus lábios é sábio. Prata escolhida é a língua do justo; o coração dos perversos é de nenhum valor. Os lábios do justo apascentam a muitos, mas os tolos morrem por falta de entendimento.

A ironia de postar essa mensagem em um blog não passou desapercebida. Mas eu espero que você aplique os pontos que você crê que honrarão o Senhor. E realmente espero que você não esteja lendo isso enquanto alguém está falando com você na vida real.

Fonte:Reforma 21

03 MOTIVOS BÁSICOS PORQUE NÃO FAÇO APELO PARA SALVAÇÃO


Por Renato Vargens

De forma efetiva os apelos para "aceitar" Jesus deram início no século XIX com Charles Finney.

O apelo religioso é a prática de convidar o ouvinte de uma mensagem evangélica, a tomar uma decisão de aceitar Cristo como seu salvador. Normalmente o apelo é dado depois de uma pregação ou campanha evangelística, num clima emotivo, onde canções em tom menor são entoadas com vistas a sensibilizar o pecador. Em momentos como esses o ouvinte é convidado a responder sim ou não a "oferta " de salvação por parte do pregador.

Caro leitor, eu não acredito em apelos para salvação. Permita-me explicar porque:


1-) A prática do Apelo afronta a incapacidade do homem de ir a Deus.

A doutrina da depravação total é inequívoca. Efésios 2.1 nos ensina que o homem está “morto em seus delitos e pecados”. Isto é, um homem morto espiritualmente não possui a capacidade de ir a Deus ou até manifestar desejo por Deus, a não ser que este o queira e o convença mediante o Espírito Santo do pecado do juízo e da justiça. Além disso, as Escrituras também ensinam que “Ninguém pode ir a Cristo se o Pai, não o enviar.” Em outras palavras isso significa que nenhum homem pode ou tem poder para ir até Cristo por vontade própria.


2-) A prática do apelo geralmente é feita num clima sensacionalista, manipulativo e extremamente emocional.

É comum ao final dos sermões encontrarmos os pregadores num clima extremamente emotivo convidando os ouvintes a decidirem por Cristo. Em momentos como esses, o que importa é sensibilizar o pecador levando-o a decidir por Cristo.

Caro leitor, uma decisão movida por emoções não aponta de forma efetiva para uma conversão a Cristo. Na verdade, a maioria daqueles que responderam um apelo para aceitar Jesus, não permaneceram na Igreja, na verdade, acredita-se que 90% daqueles que com lágrimas disseram sim a Cristo, não continuaram a trilhar a estrada da fé.


3-) O apelo contradiz o que a Bíblia dá como a ordem na salvação.

João 3.3 nos ensina que se o homem não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Regeneração antecipa conversão. É o novo nascimento que habilita o homem a confiar e crer em Cristo, portanto, querer que o homem decida por Cristo antes de ser convencido pelo Espírito Santo dos seus pecados, bem como regenerado pelo Senhor afronta as verdades bíblicas.

Pense nisso!


Fonte: http://renatovargens.blogspot.com.br/2014/01/03-motivos-basicos-porque-nao-faco.html

9 de jan. de 2014

Evangélicos Encontram-se no Meio de um Avivamento Calvinista – Mark Oppenheimer (The New York Times)

Para aqueles que estão tristes com o fim do quiz de fim de ano, aqui está uma pergunta para começar 2014: Se você tivesse se unido a uma igreja que prega uma teologia da Tulip, isso significa que: a) o pastor coloca flores no pão da ceia; b) o pastor crê que as flores que surgem novamente toda primavera simbolizam a ressurreição; ou c) o pastor é um calvinista?

Como um número cada vez maior de cristãos sabe, a resposta é a letra “c”. O acrônimo [em inglês] resume as chamadas doutrinas da graça de João Calvino, com sua ênfase na pecaminosidade e na predestinação. O “T” significa a Total Depravação do homem. O “U” significa a Eleição Incondicional, que quer dizer que Deus já decidiu quem será salvo, independente de qualquer condição na própria pessoa, ou em qualquer coisa que ela possa fazer para conquistar sua salvação.

O acrônimo não fica mais animador depois.

O evangelicalismo está no meio de um avivamento calvinista. Números cada vez maiores de pregadores e professores ensinam as visões do reformador francês do século 16. Mark Driscoll, John Piper e Tim Keller — pregadores de megaigrejas e importantes escritores evangélicos — são todos calvinistas. A frequência em conferências e igrejas de influência calvinista está em alta, especialmente entre os fiéis nas casas dos 20 e 30 anos de idade.

Na Southern Baptist Convention (Convenção Batista do Sul), a maior denominação protestante dos Estados Unidos, a ascensão do calvinismo provocou discórdia. Em 2012, uma pesquisa abrangendo 1.066 pastores batistas do sul conduzida pela LifeWay Research, um grupo sem fins lucrativos associado à Southern Baptist Convention, 30% consideraram suas igrejas calvinistas, enquanto que 60% estavam preocupados “com o impacto do calvinismo”.

Calvinismo é uma orientação teológica, não uma denominação ou organização. Os puritanos eram calvinistas. Os presbiterianos são provenientes dos calvinistas escoceses. Muitos batistas primitivos eram calvinistas. Mas no século 19 o protestantismo se moveu em direção à crença não-calvinista de que os seres humanos devem consentir com sua própria salvação — uma crença otimista e americana por excelência. Hoje, nos Estados Unidos, uma grande denominação (a Presbyterian Church in America) é assumidamente calvinista.

Mas mais ou menos nos últimos 30 anos, os calvinistas têm ganhado proeminência em outros ramos do protestantismo e em igrejas que costumavam dar pouca importância à teologia. Em 1994, quando Mark Dever foi entrevistado na Capitol Hill Baptist Church, uma igreja batista do sul em Washington, o comitê de seleção nem mesmo teve que pergunta-lo a respeito de sua teologia.

“Então eu disse: ‘Deixe-me pensar no que vocês não gostariam em mim se soubessem’”, lembra Dever. E lhes contou que ele era um calvinista. “E eu tive que explicar para eles o que isso significava. Eu não queria que minha família se mudasse para cá e eu acabasse perdendo o emprego”.

Dever, 53, disse que quando assumiu em 1994, cerca de 130 membros frequentavam aos domingos, e a idade média deles era entre os 70 anos. Hoje igreja recebe cerca de 1.000 fiéis, com uma idade média entre os 30 anos. E embora Dever tenda a não mencionar Calvino em seus sermões, seu educado público, muitos dos quais trabalham na política, sabe e gosta do que está ouvindo.

“Penso que é perceptível em seu ensino”, diz Sarah Rotman, 34, que trabalha para o World Bank. “O foco real é na Escritura, e que todas as respostas que buscamos nesta vida podem ser encontradas na palavra de Deus. Em muitas de suas pregações, ele realmente fala sobre nossa pecaminosidade e nossa necessidade do Salvador”.

Tal foco na pecaminosidade difere muito do evangelicalismo popular dos últimos anos. Ele corre na contramão dos pregadores do “evangelho da prosperidade”, que insinuam que a fé pode tornar uma pessoa rica. Ele não soa nada como as afirmações que apelam às emoções de pregadores e escritores como Joel Osteen, que tratam a Bíblia como um livro de autoajuda ou um guia para melhorar os negócios.

“O que você ouve em algumas megaigrejas é: ‘Deus quer que você seja um bom pai, e aqui há sete formas em que Deus pode lhe ajudar a ser um bom pai’”, diz Collin Hansen, autor de “Young, Restless, Reformed: A Journalist’s Journey With the New Calvinists” [“Jovens, Incansáveis, Reformados: A Jornada de um Jornalista com os Novos Calvinistas”]. “Ou: ‘Deus quer que você tenha um bom casamento, então aqui estão três maneiras de fazer isso’”. Em contraste, Hansen diz que aqueles que frequentam igrejas calvinistas querem que o pregador “fale sobre Jesus”.

Alguns não-calvinistas dizem que a ascensão do calvinismo foi alcançada, em parte, através de métodos sorrateiros. Roger E. Olson, um professor da Baylor University e autor de “Contra o Calvinismo” (Editora Reflexão), é o crítico mais franco do calvinismo.

“Uma das preocupações é que novos formandos de certos seminários batistas tenham se infiltrado em igrejas que não são calvinistas, e não contando às igrejas ou aos comitês de seleção, que não são calvinistas”, diz o professor Olson. De acordo com o que ele ouviu, jovens pregadores “esperam vários meses e depois começam encher a biblioteca da igreja com livros” de calvinistas como John Piper e Mark Driscoll. Eles criam turmas especiais com tópicos calvinistas, diz ele, e colocam na liderança da igreja aqueles que são calvinistas como eles.

“Frequentemente a igreja acaba se dividindo, com os não-calvinistas começando sua própria igreja”, diz o professor Olson.

Em sua reunião anual em junho, a Southern Baptist Convention recebeu um relatório de seu Comitê Consultivo de Calvinismo, que abordou acusações tanto de preconceito anticalvinista dentro da denominação quanto de má fé de calvinistas.

“Devemos esperar que todos os candidatos para posições ministeriais na igreja local sejam completamente sinceros dispostos quanto às questões da fé e da doutrina”, diz o relatório.

Embora muitos neocalvinistas mantenham-se longe da política, eles geralmente tomam posições conservadoras quanto às Escrituras e a questões sociais. Muitos não creem que as mulheres devam ser pastoras ou presbíteras. Mas Serene Jones, presidente do Union Theological Seminary, diz que a influência de Calvino não era limitada aos conservadores.

Cristãos liberais, incluindo alguns congregacionalistas e presbiterianos liberais, podem também assumir outros aspectos dos ensinos de Calvino, diz a Dra. Jones. Ela mencionou a crença de Calvino de que o “engajamento cívico é a principal forma de obediência a Deus”. Ela adiciona que, diferentemente de muitos conservadores de hoje, “Calvino não lia a Escritura literalmente”. Frequentemente Calvino “está citando-a incorretamente, e ele inventa passagens da Escritura que não existem”.

Brad Vermurlen, um aluno bacharel da Universidade Notre Dame escrevendo uma dissertação sobre os novos calvinistas, diz que a ascensão do calvinismo foi real, mas que a comoção deve diminuir.

“Dez anos atrás, todos falavam da ‘igreja emergente’”, diz Vermurlen. “E cinco anos atrás, as pessoas estavam falando da ‘igreja missional’. E agora do ‘novo calvinismo’. Eu não quero dizer que o novo calvinismo seja uma mania, mas me pergunto se é uma daquelas coisas que os evangélicos americanos querem falar a respeito por cinco anos, e depois continuar vivendo suas vidas e plantando suas igrejas. Ou é algo que veremos daqui a 10 ou 20 anos?”


Fonte: Voltemos ao Evangelho

6 de jan. de 2014

Minha vida é uma parábola

Sou o filho que foge de casa
Sou a moeda não encontrada
Sou solo pedregoso
Sou um pouco de trigo e de joio

Quando contou a minha história
O menor grão virou árvore frondosa
Os talentos se multiplicaram
As damas de companhia acordaram

Bato no peito, pois reconheço que não presto 
Passei ao largo de quem precisava de afeto
Minha triste história foi marcada por uma rinha 
Pois matei o filho do senhor da vinha

Quero vender tudo por esta pérola
Quero jogar arroz quando o noivo aparecer
Quero bater na porta até a cidade toda acordar
Quero aprender a sentar no último lugar

Sou ovelha desgarrada do rebanho
Sou filho que não quer perdoar
Sou convidado que não aparece na festa
Sou o que cobro centavos ao invés de perdoar 

Mas ele encarou o deserto para me buscar
Deu grande festa quando me encontrou
Preparou o solo para minha vida transformar
Me chamou de filho quando só queria lhe usar

Antes de tudo o Senhor já sabia minha história
Narrou os detalhes em sabedoria e milagres
Transformou minha miséria com graça e amor 
A parábola da minha vida glorificou o meu Senhor 


Fonte: Blog Marcos Botelho / www.marcosbotelho.com.br

Incendiários cibernéticos

È muito fácil clicar em “enviar”, “postar”, “tweetar” ou “publicar”. Basta um clique. Um toque na tela. Um “sim” para o Siri. Eu nem preciso pensar muito para fazer. Eu saco uma mensagem e a disparo, como um cowboy em um duelo. Talvez seja algo engraçado. Talvez seja uma crítica a alguém. Talvez seja um link para um artigo agressivo escrito por algum pastor proeminente. Talvez seja algum gracejo com o presidente.

A Internet tornou fácil ser um incendiário. Tocar fogo no mundo. Ser uma bomba de napalmambulante. Atravessar o dia espirrando gasolina virtual em tudo e em todos.

Tiago 3.5-6 diz:
"Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva! Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno."

O argumento de Tiago é que nossas palavras, que parecem pequenas e desimportantes, que vêm de nossas bocas como uma torrente, podem ser incrivelmente destrutivas. Nossas palavras são equivalentes ao fogo, que pode por em brasas toda uma floresta, derrubar edifícios e causar quantidades inenarráveis de sofrimento. Palavras não são coisas pequenas.

Essa passagem de Tiago se aplica o mesmo tanto para as palavras que dizemos digitalmente. Cada post no Facebook tem o potencial para queimar alguém. Cada tweet tem o potencial de iniciar um incêndio. Cada foto no Instagram, mensagem de texto, Pin ou Snapchat tem o potencial para tocar fogo em toda a sua vida. Deus leva a sério nossas palavras digitais tanto quanto nossas palavras verbalizadas. Será que nós mesmos levamos a sério nossas palavras digitais?

É fácil ser um incendiário na Internet. Nela, é fácil dizer coisas que nunca diríamos diretamente a alguém. O brilho de nossas telas de LCD oferecem um falso senso de segurança e proteção. Podemos dizer algo sobre alguém sem vermos o efeito que isso tem na pessoa. Podemos criticar alguém sem ver os efeitos danosos e devastadores de nosso criticismo. Podemos postar uma imagem sem ver o quanto essa foto pode ser uma tentação para outras pessoas. A Internet nos permite dizer o que quer que desejemos sem quaisquer das consequências normais de uma conversa.

Como podemos evitar o perigo de sermos incendiários cibernéticos? Seria muito sábio considerar regularmente os seguintes versos da Escritura:

"Não saia da vossa boca [ou computador, smartphone, tablet!!!] nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção."
(Efésios 4.29-30)


Antes de clicar em “publicar”, preciso me perguntar: isso serve para a edificação dos outros? Ou minhas palavras estão derrubando e ferindo alguém? Se eu dissesse essas palavras diretamente para alguém, ela seria edificada ou derrubada? A afeição dessa pessoa por Cristo iria diminuir ou aumentar? Deus deseja que todas as nossas palavras, posts e tweets tenham um efeito edificador.

"O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más. Digo-vos que de toda palavra [ou comentário, post, tweet!!!] frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado." (Mateus 12.35-37)

As coisas que postamos online são um reflexo do que já está em nossos corações. Em outras palavras, nosso discurso é um reflexo de quem somos. Quando estivermos perante o Senhor no Dia do Julgamento, daremos conta de cada palavra que enunciarmos. Cada palavra dita, cada mensagem de texto, cada atualização no Facebook, cada tweet, cada Pin, cada Instagram. Antes de postar, então, preciso me perguntar: eu vou me envergonhar disso no último dia? Irei me arrepender dessas palavras quando estiver perante o trono do Julgamento?

Eu não escrevo esse texto como se fosse alguém que já entendeu tudo isso. Longe disso. Na verdade, recentemente minha esposa Jen me corrigiu graciosamente por algo que eu postei no Facebook. Eu preciso disso. Por quê? Porque eu não quero ser um incendiário cibernético.


Traduzido por Filipe Schulz | Reforma21.org | Original aqui

4 de jan. de 2014

Leia a Bíblia "contra" você! – Jonathan Edwards (1703-1758)



"Sempre una a auto-reflexão com a leitura e o ouvir da Palavra de Deus. Quando você ler a Bíblia ou ouvir sermões, reflita e compare os seus caminhos com o que você leu ou ouviu. Pondere que harmonia ou desarmonia existe entre a Palavra e os seus caminhos. A Bíblia testifica contra todo tipo de pecado e tem direções para qualquer responsabilidade espiritual, como escreveu Paulo: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" (2Tm 3.16,17; ênfase acrescentada). Portanto, quando ler os mandamentos dados por Cristo e seus apóstolos, pergunte-se: Vivo de acordo com essas regras? Ou vivo de maneira contrária a elas?

Quando ler histórias da Bíblia sobre os pecados e sobre os culpados, faça uma auto-reflexão enquanto avança na leitura. Pergunte a si mesmo se é culpado de pecados semelhantes. Quando ler como Deus reprovou o pecado de outros e executou julgamentos por seus pecados, questione se você merece punição semelhante. Quando ler os exemplos de Cristo e dos santos, questione se você vive de maneira contrária aos seus exemplos. Quando ler sobre como Deus louvou e recompensou seu povo pelas suas virtudes e boas obras, pergunte se você merece a mesma bênção. Faça uso da Palavra como um espelho pelo qual você examina cuidadosamente a si mesmo — e seja um praticante da palavra (Tg 1.23-25).

Poucos são aqueles que fazem como deveriam! Enquanto o ministro testifica contra o pecado, a maioria está ocupada pensando em como os outros falham em estar à altura. Podem ouvir centenas de coisas em sermões que se aplicam adequadamente a eles; mas nunca pensam que o que pregador está falando lhes diz respeito. A mente deles está fixa em outras pessoas para quem a mensagem parece se encaixar, mas eles nunca julgam necessitar dessa pregação."

-Jonathan Edwards (1703-1758)

3 de jan. de 2014

Desmistificando a "santa" música gospel


Para muitos crentes, a música gospel é santa, pura e imaculada. Muitas vezes até superior às Escrituras, pois doutrinas são elaboradas com base em letras de músicas gospel, e não na Bíblia, e incorporadas ao corpo doutrinário de muitas Igrejas. A “Doutrina da Restituição” é um exemplo disso, pois embora não tenha NENHUMA base bíblica foi estabelecida após uma banda de sucesso gravar uma dezena de músicas tratando de restituição, de querer de volta o que é seu, buscando a restauração de tudo o que eu perdi mas é meu, e eu quero de volta, sete vezes mais, em dupla honra!!!

Vez por outra eu comento com alguns amigos que a arte mais perseguida pela religião é a música. E sinceramente, não consigo entender o porquê. Música “do mundo” SEMPRE é pecado, ao passo que outras expressões artísticas são muito bem toleradas, e algumas até incentivadas.
Não se deve cantar nem ouvir música “do mundo”, mas se pode assistir novelas (teledramaturgia), que têm como trilha sonora... MÚSICAS DO MUNDO! O mesmo se aplica a filmes, peças teatrais etc, que possuem trilhas sonoras com o mesmo tipo de música.
Raramente vejo crentes serem disciplinados ou censurados por assistir seriados de terror como o THE WALKING DEAD (onde um grupo de pessoas luta contra zumbis, coisas a priori demoníacas e ligadas ao vodu e ao ocultismo), mas sempre vejo censuras e disciplinas por ouvirem músicas de bandas de rock, assistirem a shows como o Rock in Rio (embora os shows gospel sejam IDÊNTICOS a estes shows “do mundo”, completamente copiados inclusive nas coreografias, iluminação, pirotecnia...).
Ouvir música do mundo é pecado, mas ler livros do mundo não é. Ou seja, se eu ler o poema FANATISMO da poetisa Florbela Espanca é cultura, mas se eu ouvir o mesmo poema que foi musicado pelo Fagner, é PECADO! Ler um livro de sonetos do Vinicius de Moraes é sinal de superioridade literária de minha parte, mas se eu ouvir ou cantar os mesmos sonetos, muitos deles musicados pelo saudoso Poetinha e seus parceiros, é PECADO. Quem lê um livro do Carlos Drummond de Andrade e se depara com seu poema JOSÉ é um amante da boa literatura, mas quem ouve o mesmo poema na música do Paulo Diniz vai queimar no mármore do inferno!
As artes plásticas (quadros e esculturas) são toleradas (nunca vi ninguém ser censurado por ter um lindo e caro acervo nas paredes da sala de estar de suas casas).

Mas neste artigo eu quero falar sobre MÚSICA. Música gospel, a santa expressão do louvor musical e da adoração sonora a Deus, em contrapeso à música “do mundo”, diabólica e escarnecedora... Por que para muitos “crentes” só se deve ouvir música gospel, e ouvir “música do mundo” é pecado?

Algumas respostas que já escutei ou recebi de crentes gospel a esta pergunta simples... E em seguida, uma breve explicação sobre elas...

2 de jan. de 2014

Por que ainda vamos à igreja?

Um Deus de promessas e serviço é o que todos procuramos. É isso que esperamos sentados e de mãos estendidas, pedindo que algo se nos dê, que alguma coisa aconteça. Mas será que realmente cremos em Deus? Não estaríamos depositando a fé, na verdade, numa espécie de Superman? Afinal, para que nos serve esse Deus?

Volto a me perguntar: por que ainda vamos à igreja? O que procuramos nela? 

A resposta que ouço não é a mesma que vejo. Porque os nossos lábios dizem que vamos à igreja “adorar ao Senhor”, ao passo que nossas atitudes mostram que vamos massagear nosso próprio ego, pois saímos de lá tão presunçosos e cheios de si, que tornamo-nos incapazes de nos identificarmos com os pecadores, pobres e miseráveis com quem Jesus se identificou, andou, serviu, conversou, sorriu, festejou, comeu e bebeu.

Nossos lábios dizem que vamos “encontrar a Deus”, mas nossas atitudes mostram que não podemos vê-lo, porque só vemos maldade e malícia em tudo o que nos rodeia.

Nossos lábios dizem que queremos ser cidadãos dos céus, todavia nossas atitudes mostram que, cada vez mais, estamos acorrentadas às futilidades e riquezas terrenas, de maneira que fizemos delas a própria razão de nossa fé.

Nossos lábios dizem que queremos ser felizes, mas nossas atitudes mostram somente a infelicidade de apenas anestesiarmos nossas almas, já não sendo mais capazes de alcançar a felicidade de chorar com os que choram.

Nossos lábios dizem que almejamos alcançar a misericórdia divina; no entanto, nossas atitudes mostram a impossibilidade disso, pois nos afastamos dela cada vez que a negamos a quem quer que dela necessite. E a despeito de tudo isso, ainda esperamos que Deus faça alguma coisa, que nossas orações mudem tudo e todos, mas nós mesmos não mudamos.

Deus não se fez um super-herói, se fez homem. Não fez por nós as coisas que devemos fazer, mas serviu sim de exemplo para que nós o seguíssemos, tomando nossa cruz e fazendo o que está à nossa mão para fazermos. Deus também não nos deu as respostas prontas. Como fez no passado, ainda hoje faz, nos leva a olharmos para o nosso interior e buscarmos as respostas no íntimo de nosso consciente, e depois disso, assumirmos as responsabilidades que venhamos a contrair através de nossas respostas e escolhas, principalmente quando, por conta delas, necessitarmos pedir perdão.

A igreja não existe para nos conduzir a um caminho de poder, mas sim para nos fazer entender nossas fraquezas e seguirmos a trilha da humildade e compaixão; não existe para nos fazer deuses, mas sim para nos tornar mais humanos, pois é justamente na nossa humanidade que Deus é revelado, e na nossa fraqueza sua força é manifestada. Afinal, assim como por uma humilde mulher nasceu o próprio Deus, assim também, em nossa pobre humanidade o Cristo é gerado. Ao que o anjo diz: “não temas receber Maria”, direi, então: não temas receber a humanidade do ser, não temas ser humano. A igreja não existe para aliviar a nossa consciência atulhada pelo nosso descaso com as causas ambientais e sociais, mas sim para nos comprometer com a luta por um mundo melhor, sem fome e mais justo. Se algo diferente disso existe - e lamentavelmente existe - com certeza não é igreja.

A igreja não existe para guardar a sua alma, mas sim para salvar o mundo.


Por Julio Zamparetti
Fonte: http://www.genizahvirtual.com/#ixzz2pFAPhzBy

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