30 de nov. de 2015

Cristo, a lanterna dos afogados


(Lanterna dos afogados - Paralamas do Sucesso)

Na semana passada eu e minha esposa fomos pegos de surpresa com um telefonema às 6 horas da manhã avisando sobre a morte do meu sogro. Em momentos como esse acabamos nos questionando sobre várias coisas, como: o sentido da vida, o que plantamos, o que colhemos, o legado que deixamos e como será o amanhã.

Já no cemitério, antes do caixão descer, fiz uma reflexão e oração, não pelo meu sogro, mas por todos que ali estavam, e que por ventura poderiam ter os mesmos questionamentos, buscando respostas e um fio de esperança para os seus problemas.

Existe uma lenda, que as mulheres dos marinheiros saiam à noite, iam até o cais do porto e ficavam horas ali olhando para o horizonte, avistando de longe as luzes das embarcações com a esperança de que ali fossem as lanternas dos barcos dos seus esposos apontadas para a praia, e que em breve eles iriam ancorar. Alguns de fato voltavam, mas muitos ficavam pelo caminho, contudo enquanto elas vissem essas luzes ali ainda havia esperança para a vida.

O grande músico e compositor Herbet Vianna traduziu essa história na música Lanterna dos Afogados:
“Quando tá escuro / E ninguém te ouve / Quando chega a noite / E você pode chorar / Há uma luz no túnel / Dos desesperados / Há um cais de porto / Pra quem precisa chegar / Eu tô na lanterna dos afogados / Eu tô te esperando / Vê se não vai demorar”

Quantos de nós estamos na Lanterna dos Afogados esperando alguma coisa de algo ou alguém?

É um estudante que espera o resultado da prova do vestibular; um pai que espera a volta do filho que saiu de casa para beber ou se drogar; um paciente com câncer esperando um resultado da biópsia diferente; uma esposa esperando que o marido volte para a casa e recomecem a família ao lado dos filhos, enfim, são vários casos em que colocamos a esperança em algo ou alguém.

O problema é que a esperança quando é posta em algo mortal, pode vir a morrer também. Nem sempre os resultados acontecem da forma que esperamos, e o tamanho que é a esperança é também a frustração.

Em meio ao que aconteceu, eu lembrei de quando perdi meu pai no ano 2000, pois quando cheguei no hospital e dei o seu nome, descobri que ninguém com aquele nome havia dado entrada naquela noite, e por alguns segundos reacendeu a esperança de que havia sido um engano, mas logo descobri que não tinha dado tempo nem de fazer a ficha de entrada.

Naquele momento a esperança havia morrido. Mas como? A esperança não é a última que morre? Seria aquele de fato o último momento?

Foi o meu momento de estar na Lanterna dos Afogados, mas Deus me visitou, veio até o meu porto trazendo consolo, conforto e abrigo, nesta hora eu aprendi que a esperança não é a última que morre quando essa esta se chama Cristo.

Olhando para o Apóstolo Paulo, entendi que há glória nas tribulações, pois elas produzem perseverança e a perseverança um caráter aprovado que produz esperança e que essa esperança não nos decepciona (Romanos 5). O mesmo Paulo quando escreveu à Timóteo na primeira carta, afirma que a esperança tem nome e se chama Jesus Cristo. (1 Timóteo 1.1)

Se a nossa esperança for Cristo ela não morrerá nunca, pois um dia já morreu e ressuscitou, portanto a esperança vive!

Pode ser que os resultados não sejam os que estamos aguardando, pode ser que dê tudo certo, mas também pode ser que dê tudo errado, porém se a esperança for Cristo, sabemos que mesmo na permissão Divina, prevalecerá a vontade soberana de Deus.

Em Mateus 6, um trecho do sermão do monte, Jesus ensina aos seus seguidores a viverem o dia de hoje , e aqui não é um ensino displicente onde estamos proibidos de nos planejar, mas é um ensino que traz a esperança de que o dia de amanhã pertence a Ele, que há certas situações em que não temos o controle e só nos resta ter a esperança de que Ele fará tudo conforme a sua vontade.

Que a luz vista do cais do porto seja a lanterna de Cristo vindo até nós, nos iluminando quando está escuro, falando quando nada se ouve e enxugando as lágrimas quando estamos à chorar.
“Coloquei toda minha esperança no Senhor; ele se inclinou para mim e ouviu o meu grito de socorro.” (Salmos 40.1)

Por: Euriano Sales | Via: MVC

28 de nov. de 2015

Metal Cristão vs. Radicais Extremistas: Bem vindo ao reino das incoerências



1. INTOLERÂNCIA E RADICALISMO

Desde que apareceram as primeiras bandas de Metal que se utilizaram da ideologia Cristã para constituir a temática de suas letras, é de conhecimento geral o surgimento de um grupo radical que instantaneamente se posicionou de forma contrária e não reconhece a legitimidade de tais grupos como fazendo parte do Heavy Metal.

A explicação dada pela grande maioria das pessoas que compartilham tal pensamento, é a de que o gênero musical nasceu da insatisfação contra os dogmas da sociedade e da necessidade de se posicionar contra as doutrinas religiosas e políticas. Desde sua criação, o Heavy Metal teria um caráter revolucionário e contestador, portanto livre de regras pré-estabelecidas. Por estes motivos seria um total absurdo aceitar que temas relacionados a religiões, que historicamente cometeram crimes humanitários e foram responsáveis por guerras em nome da fé, fincassem raízes em um estilo musical tão libertador.

Seguindo esta linha de pensamento, ideologias ligadas ao Cristianismo tem sido combatidas incessantemente no meio e pessoas que possuem crenças fundamentadas na persona de Jesus Cristo, são tratadas com extremo preconceito e frequentemente atacadas por extremistas, que desfilam todo o seu ódio e intolerância a quem ouse tratar do tema e ainda se considerar um músico ou fã de Metal.

Para os radicais, funciona mais ou menos assim, é uma regra os verdadeiros fãs de Heavy Metal não aceitarem o Cristianismo e ponto final (sim, eles falam em nome de todos). Os que seguem esta imposição são os "reais headbangers" e todo o resto se tornam automaticamente "farsantes", "posers" ou fazem parte da "escória cristã" que apoia o "lixo White Metal" e devem ser combatidos prontamente.

2. INCOERÊNCIAS

Grande parte dos conceitos radicais aplicados a esta filosofia anti-cristã parte de fãs de subgêneros extremos como o Black Metal e o Death Metal. Geralmente estas pessoas cometem o grande equívoco de dar uma importância extremamente desproporcional a temas abordados em letras e desta maneira, se esquecem que sempre o principal foco quando se fala de Heavy Metal deve ser a musicalidade.

A primeira incoerência é romantizar a criação do estilo e dar um sentido revolucionário e livre de dogmas, sendo que cada vez mais, o gênero vem reproduzindo todo o sistema de sociedade ao qual diz ser contra. Seja com idéias retrogradas, doutrinas, preconceitos ou com julgamentos sem embasamento nenhum, a cena metal como um todo se tornou uma réplica cheia de imperfeições da sociedade ao qual não queria fazer parte e isso acontece principalmente pela alienação e consequente falta de conhecimento de seus seguidores.

O Black Metal não é um estilo reconhecido como legítimo por possuir ideologia e sim por ter PADRÃO MUSICAL. Letras são importantes para quem se interessa por elas e são secundárias quando a discussão é música. Venhamos e convenhamos, a grande parte dos bangers brasileiros não possuem um conhecimento abrangente sobre outras línguas e muitas vezes tem uma idéia generalizada e bem superficial sobre os assuntos abordados pelas bandas que apreciam. Dificilmente nos deparamos com fãs que pesquisam a fundo a parte lírica dos grupos e conhecem de maneira satisfatória as mensagens passadas.

O que mais se vê nos dias de hoje são grupos se posicionando contra um determinado assunto, existem aqueles que são contra a presidente Dilma, os que são contra a maioridade penal, contra o aborto, contra o sistema de cotas e no Metal, temos o os que são contra o Cristianismo. Esta na moda ser contra, só que isso é muito fácil. O difícil é ter a consciência que pra ser contrário a uma determinada idéia, precisa-se ser a favor a outra e saber o por que é a favor. É aí que a maioria se perde e ocorre o festival de babaquices e teorias sem o menor nexo.

Amiguinho, como você pode dizer que o Metal é um estilo musical libertário e logo depois querer proibir uma banda de se expressar caso o tema não seja do seu agrado? Você crê que um gênero existente na música possa lutar contra as imposições de um sistema opressor e ao mesmo tempo segue uma cartilha radical sem o menor embasamento e nem ao menos se questiona? Como você pode ouvir Black Metal e se dizer contra a religião, sendo que grande parte dos grupos que você escuta pregam o paganismo (uma religião)? Como você pode ser um árduo seguidor da ideologia expressada pelas bandas de Black Metal e votar em políticos que defendem os valores da família cristã como Jair Bolsonaro? Você acredita de verdade que o Satanismo é o culto a Satanás?

Creio que auto questionamento e pesquisa é um remédio potente contra a ignorância e muitos extremistas precisam de doses cavalares desse tipo de medicação, pois as incoerências chegam a um nível tão alto que se tornam verdadeiras piadas.

3. SOBRE O DIABO

No Satanismo real, não se acredita em Satã, o nome é figurativo, o termo Satã vem do hebraico e significa "o opositor" ou "o adversário", logo a idéia de Satanismo está atrelada ao conceito de ser "aquele que se opõe a religião". Acredito que é bem perceptível que um satanista que entende os conceitos básicos do Satanismo é basicamente um ateu. Isso mesmo, UM ATEU!

É claro que se tratando de uma doutrina, existe um conjunto de regras, ritos e uma ideologia estruturada, porém NADA A VER com o capeta cristão possuindo corpos de menininhas, vomitando sopa de ervilha para logo em seguida ser exorcizado pelo padre corajoso. O Satanismo se baseia no homem senhor de si, é um ode ao individualismo, hedonismo e na premissa de ação e reação. Os membros sentem-se livres para satisfazer suas vontades responsavelmente, exibir simpatia aos seus amigos e lutar contra os seus inimigos.

Para os que creem na mística de que o Diabo é uma entidade sobrenatural maligna que se opõe ao Deus cristão onipotente, uma péssima notícia: Se existe crença, adoração, obediência e a fé em seres ao qual não se tem comprovação científica da sua existência, bem vindo a religião que tanto odeia!

4. SOBRE O METAL

Ao contrário do que se divulga, o White Metal NÃO É um subgênero musical legítimo. Não pela existência das regras idiotas criadas por extremistas que querem impor a sua verdade como absoluta, mas sim pela ausência de um PADRÃO MUSICAL. As bandas cristãs executam o metal em muitas de suas vertentes, adicionando apenas a sua temática e não criando um estilo próprio.

Caso as letras sejam tão importantes pra você, ao ponto de te impedir de escutar determinadas bandas, a solução é bem simples: Ignore-as. Afinal, elas não deixarão de existir, seu público alvo não deixará de consumir material e no final, a sua "cruzada" patética contra o Cristianismo será apenas um ato incoerente e intolerante ao qual alguns irão aderir e muitos outros rir.

Creio que qualquer pessoa tem o total DIREITO de escolher o que queira ouvir, tocar, escrever e assistir, assim como o DEVER de respeitar as escolhas dos demais. Se você faz isso e não quer IMPOR que o seu pensamento é a verdade suprema e incontestável, parabéns. Caso queira estipular uma regra de proibição, promova boicotes e lute de forma agressiva, insensata e não respeite a liberdade artística do próximo, você além de lutar contra o Cristianismo, automaticamente luta contra a condição que considera primária no Heavy Metal, a de ser libertador e sem regras.

"Hoje as pessoas tem muito tempo livre pra julgar os outros e pouco tempo pra julgar a si mesmos"
(Jairo Gueds)


Por: Fabio Reis | Fonte: Whiplash!

O texto acima representa a opinião do autor, Não do Aprisco Metal.

6 de nov. de 2015

Se João Batista fosse famoso



Luzes, câmeras, multidão. Esta é a marca do sucesso. Esta é a dica de que algo está funcionando. Pelo menos é isso que a gente vê hoje em dia. João Batista era um “produto exportação” do seu tempo. Tinha até estilo exclusivo (“usava uma roupa feita de pelos de camelo e um cinto de couro e comia gafanhotos e mel do mato”, v.6). Hoje em dia isso aumentaria o seu sucesso e alavancaria os multiprodutos com a sua marca: Grife JB, Snacks em forma de grilo com gostinho de mel, artigos de couro do João, além da família de bonecos. Pelo menos quatro linhas de produtos de sucesso, sem contar os milhões de acessos garantidos nos reprodutores de mídia online que lhe dariam bons retornos financeiros com os patrocínios no seu canal exclusivo.

Ele tinha uma mensagem forte, tinha uma imagem forte, tinha uma presença marcante; ele tinha um público fiel, tinha influência sobre as pessoas, era popular. Ele tinha tudo pra ser a estrela da sua geração. Ele tinha seus seguidores, seus discípulos. Ele até foi confundido com o Messias que haveria de libertar o povo. Talvez muitos a sua volta o serviam, davam presentes, ofereciam seus “préstimos”. Tudo estava dando certo. Tudo estava correndo bem. Dá até pra imaginar o “ar” de satisfação de seus “assessores e diretores de marketing”.

No “auge da sua carreira”, entretanto, João faz uma declaração que poderia deixar todos perplexos. Ele diz que havia alguém “mais importante do que ele”. Isso não é uma coisa que uma celebridade pode dizer a qualquer um e a qualquer momento. Ele vai além: “não mereço a honra de me abaixar e desamarrar…”. Como pode João falar isso?! Primeiro, abaixar-se para alguém é um sinal de submissão; segundo, desamarrar as correias de uma sandália era função de um escravo bem “rebinha”, talvez o de mais baixo valor da casa; terceiro, ele diz que isso seria uma honra; quarto, ele reconhece que não merece tal honra. Que que é isso, rapaz!

No auge do sucesso João se coloca na mais baixa condição. Mas ele não se importa, nem treme, nem sua a frio, nem titubeia. Declara de boca cheia e com imensa convicção. Este antimarketing poderia causar um grande prejuízo nos empreendimentos com a sua marca e sua imagem. Mas ele não se importava, porque sabia que maior que o seu discurso era aquele a quem ele estava preparando o caminho. João sabia que mais valiosa que a sua popularidade era a integridade da sua missão. Sabia que o melhor lugar era estar aos pés de Jesus, mas que isso não dependia dos seus méritos, e sim da graça divina.

Ao avaliar o decorrer da história, logo chego à conclusão de que mais alto que o topo do mundo é o lugar onde reconhecemos que desamarrar as sandálias do nosso Senhor é uma honra, e não a merecemos.

Popularidade hoje é fácil de conquistar. Integridade e fidelidade à missão é uma outra história. Façam as suas escolhas.

“Muitos moradores da região da Judeia e da cidade de Jerusalém iam ouvir João. Eles confessavam os seus pecados, e João os batizava no rio Jordão… Ele dizia ao povo: – Depois de mim vem alguém que é mais importante do que eu, e eu não mereço a honra de me abaixar e desamarrar as correias das sandálias dele”. (Marcos 1.5-7)


[Por Rodolfo Gois]
Fonte: Ultimato
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