27 de fev. de 2014

4 grandes doutrinas para sempre ter em mente

POR J.C. RYLE

Eu sinto que todos nós precisamos mais e mais da presença do Espírito Santo em nossos corações para nos guiar, nos ensinar e nos manter firmes na fé. Há algumas grandes verdades, que, em dias como este [1874!], somos especialmente obrigados a ter em mente. Acredito que há tempos e épocas na Igreja de Cristo em que somos obrigados a reforçar nosso conhecimento sobre algumas das principais verdades, para apreendê-las com uma firmeza fora do comum em nossas mãos, para imprimi-las em nossos corações e não perdê-las.


#1: A Corrupção total da Natureza

A corrupção da natureza humana não é algo desconsiderável. Não é parcial, superficial, mas uma corrupção radical e universal dos desejos, do intelecto e da consciência do homem. Não somos meramente pobres e mesquinhos pecadores na visão de Deus: somos pecadores culpados; somos pecadores condenados: merecemos a ira e a condenação de Deus. Acredito que há poucos erros e falsas doutrinas em que, a princípio, podem não ser detectadas visões distorcidas da corrupção humana. Percepções erradas sobre uma doença sempre trarão consigo a percepção do remédio errado. Visões erradas sobre a corrupção da natureza humana sempre acarretarão visões erradas do grande tratamento e cura dessa corrupção.


#2: Inspiração e Autoridade da Bíblia

Vamos sustentar corajosamente, diante de toda oposição, que a Bíblia como um todo é dada por inspiração do Espírito Santo, que tudo é inspirado completamente, não uma parte mais inspirada que outra, e que há um completo abismo entre a Palavra de Deus e qualquer outro livro no mundo. Precisamos não temer as dificuldades no sentido da doutrina da total inspiração. Talvez haja muitas coisas sobre isso muito longe de serem compreendidas por nós: é um milagre, e todos os milagres são necessariamente misteriosos. Mas se não acreditamos em nada até podemos explicar completamente, há pouquíssimas coisas, de fato, em que devemos acreditar. Precisamos não ter medo de todos os ataques da crítica sobre a Bíblia. Nos dias dos apóstolos, a Palavra do Senhor foi incessantemente ‘provada’, e nunca falhou em ressurgir como ouro, ilesa e sem pecado.


#3: A Expiação e o Sacerdócio de Cristo

Devemos corajosamente sustentar que a morte de nosso Senhor na cruz não foi uma morte comum. Não foi a morte de alguém que morreu apenas como um mártir. Não foi a morte de alguém que apenas morreu para nos dar um forte exemplo de auto-sacrifício e auto-negação. A morte de Cristo foi uma oferta a Deus do próprio corpo e próprio sangue de Cristo, para reparar o pecado e transgressão do homem. Foi sacrifício e conciliação; um sacrifício caracterizado em toda oferta da lei de Moisés, um sacrifício de grande influência em toda a humanidade. Sem o derramamento desse sangue não poderia haver, não era pra haver, qualquer remissão de pecado.


#4: O Agir de Deus no Espírito Santo

Vamos colocar em nossas mentes que o agir de Deus não é uma ação invisível incerta no coração: e que onde Ele está, Ele não está escondido, nem insensível, nem despercebido. Não acreditamos que o orvalho, quando cai, não possa ser sentido ou que a vida de um homem, não possa ser vista ou percebida por sua respiração. Assim é com a influência do Espírito Santo. Nenhum homem tem o direito de afirmar isso sem que seus frutos e seus efeitos possam ser vistos em sua vida. Onde Ele está, haverá um nova criatura e um novo homem. Onde Ele está haverá novo conhecimento, nova fé, nova santidade, novos frutos na vida, na família, no mundo, na Igreja. E onde essas novas coisas não podem ser vistas, bem podemos dizer com confiança que não há ação do Espírito Santo.


Traduzido por Carla Ventura | Reforma21.org | Original aqui

2 maneiras erradas de fazer um apelo evangelístico


Tome cuidado para que seu apelo não iluda as pessoas

Sempre que apresentamos o evangelho, quer num culto público aos domingos, quer numa conversa pessoal durante a semana, precisamos convidar as pessoas a que se arrependam e creiam no evangelho, para que a nossa apresentação das boas-novas seja completa. Quão boas são as boas-novas, se nunca digo às pessoas como elas podem responder ao evangelho e o que precisam fazer em relação a ele? Precisamos convidar as pessoas a se arrependerem e crerem.

Mas, quando as convidamos, temos de assegurar-nos de que não confundam qualquer resposta com a única resposta salvadora. Os riscos são elevados neste ponto, porque, se houver ambiguidade, estamos, de fato, cooperando para que as pessoas sejam iludidas quanto ao seu próprio estado espiritual, por lhes garantirmos que estão salvas, quando talvez elas não se arrependeram nem creram de maneira alguma. As duas respostas que, em nossos dias, são frequentemente confundidas com o arrependimento e a fé são (1) o fazer uma oração com alguém e (2) o vir à frente no culto de adoração.


1) Fazendo uma oração com alguém

Muitas vezes os cristãos compartilham o evangelho com alguém e o estimulam a fazer uma oração previamente escrita. (As pessoas podem realmente se arrepender e crer dessa maneira.) Em seguida, o evangelista bem intencionado encoraja o “novo crente”, dizendo: “Se você fez essa oração com sinceridade, como que expressando seus próprios sentimentos, parabéns! Agora, você é um filho de Deus”. No entanto, fazer uma oração nem a sinceridade nunca são apresentados nas Escrituras como um alicerce para a segurança de salvação. Jesus nos ensina a não tomarmos a oração e a sinceridade como segurança de salvação, e sim as ações — o fruto de nossa vida (Mt 7.15-27; Jo 15.8; 2Pe 1.5-12). O Novo Testamento nos ensina a considerarmos a santidade de conduta, o amor pelos outros e a pureza de doutrina como os indicadores de nossa segurança de salvação (1Ts 3.12-13; 1Jo 4.8; Gl 1.6-9; 5.22-25; 1Tm 6.3-5). Isso significa que não devemos encorajar as pessoas a se sentirem seguras de sua salvação fundamentadas apenas em uma oração que fizeram no passado, quando não têm quaisquer frutos de arrependimento observáveis em sua vida.


2) Vir à frente depois da pregação

Isso também se aplica àquele que vem à frente depois de uma pregação na igreja. Muitas vezes, pessoas vêm à frente depois de um sermão, indicando assim uma “decisão por Cristo”; e tais pessoas são logo recebidas como membros da igreja! Não se pode discernir nessas pessoas nenhum fruto de salvação, embora se admita (erroneamente) que ela se arrependeu e creu verdadeiramente, porque expressou abundância de emoções, veio à frente e fez uma oração sincera.

O resultado: falsas conversões

O resultado desse tipo de “não exigir evidências” da segurança de salvação é que as pessoas são ensinadas a considerar a oração de vinte anos atrás como o motivo para pensarem que são salvas, ignorando a contradição entre seu estilo de vida e sua confissão de fé. Podemos estar enchendo nossas igrejas com falsos convertidos, cujos pecados trazem dúvidas sobre o testemunho da igreja local. Esse não é o caminho para construirmos uma igreja saudável — e pode até obstruir a nossa obra evangelística — tanto dentro como fora da igreja local.

Precisamos compreender que as pessoas podem fazer orações sinceras e vir à frente, depois do sermão, sem arrependerem-se e crerem em Jesus. Isso tem sido feito durante dois mil anos. O escritor da Epístola aos Hebreus nos adverte que muitas pessoas tinham desfrutado de experiências espirituais genuínas e que tais experiências não eram coisas “pertencentes à salvação” (Hb 6.4-9; cf. 2Pe 1.6-10). Ele também nos instrui que a fé, a esperança e o amor são critérios mais confiáveis (Hb 6.9-12). O fruto de obediência é a única evidência externa que a Bíblia nos recomenda usar para discernirmos se uma pessoa é ou não convertida (Mt 7.15-27; Jo 15.8; Tg 2.14-26; 1Jo 2.3).

Seremos mais sábios se acabarmos com práticas evangelísticas ambíguas do que se continuarmos a confundir as pessoas quanto à natureza da resposta salvadora. É certo que permitir a ambiguidade pode aumentar o nosso rol de membros. Mas isso engana as pessoas não-salvas, levando-as a pensar que são salvas — esse é o mais cruel de todos os embustes. Também enfraquece a pureza de nossas igrejas e de seu testemunho corporativo, permitindo a aceitação de membros que são cristãos professos, mas que, mais tarde, revelam não serem cristãos, porque retornam a estilos de vida que não podem caracterizar um cristão verdadeiramente convertido.

Quer você esteja começando uma nova igreja, quer esteja reorganizando uma igreja antiga, continue a chamar as pessoas ao arrependimento e à fé — tanto em sua conversa como em sua pregação. Os novos convertidos podem fazer uma confissão pública dessa fé. É para isso que existe o batismo.


Algumas pessoas rejeitando os apelos evangelísticos modernos vão para o extremo oposto de nunca convocar os homens à fé e ao arrependimento. Qual o equilíbrio? Steven Lawson trata disso no vídeo abaixo e no livro O Foco Evangélico de Charles Spurgeon.


Fonte: http://voltemosaoevangelho.com/blog/2014/02/2-maneiras-erradas-de-fazer-um-apelo-evangelistico/
Texto adaptado do livro Deliberadamente Igreja, capítulo 3 “Evangelização com Responsabilidade“ (pág. 64 a 66). Copyrigh © Editora FIEL
Autores: Mark Dever e Paul Alexander Tradução: Francisco Wellington Ferreira

4 de fev. de 2014

A GRAÇA DA GARÇA: A arte de viver em meio à lama sem sujar as vestes


Ora ou outra somos surpreendidos com a maneira que Deus escolhe para nos dar aquele “pedala”, e nos despertar para as coisas boas e simples da vida. Seja num diálogo com um irmão de viver simples e humilde, na contemplação de uma obra de arte, na natureza, numa canção, além é claro da sua infalível e fiel Palavra.
Confesso que ás vezes esse chacoalhão dói, mas é uma dor boa. Ter seu pecado ou erro confrontado com a verdade imutável do SENHOR, nos deveria gerar além do arrependimento, um contentamento e esperança, por saber que Deus com um pai perfeito nos corrige por amor.

E uma dessas vezes em que fui surpreendido foi quando um amigo meu me postou um link no facebook com uma canção de Rap chamada: “A graça da garça”, do grupo Estratagema de Deus. Não sou muito fã desse tipo de som; mas a qualidade dos caras, e as grandes verdades sendo cantadas verso após verso são marcantes.

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Estratagema de Deus - RAP "A graça da garça"

Mas algo que me chamou a atenção, sem dúvidas foi a ideia central da canção: “A graça da garça - A arte de viver em meio à lama sem sujar as vestes.”

Gosto desse tipo de abordagem ilustrativa, me lembra o Mestre Jesus quando ensinava por parábolas pedindo para observarmos os campos, as aves, os céus; Ele queria que enxergássemos além do óbvio, queria que pensássemos.

Então afinal, qual é graça da garça? Olhemos então esse animal gracioso.

Logo de cara o que é mais fascinante nessa ave é observar quão alva são suas penas. A brancura é tamanha que em algumas vezes se torna radiante ao refletir a luz do sol sobre elas. A leveza do seu voo, a destreza de seu caminhar nos mais variados campos: praias, rios, charcos e manguezais (lama).
Diante disso me veio a mente o seguinte questionamento: Como pode um animal que vive em meio a lama e lodo ainda manter-se tão puro e limpo?

Comparando isso a nossa realidade, não é tão diferente. Diariamente passamos por ambientes e/ou situações em nossas vidas de completa lama e pecado: violência, imoralidades, corrupção, injustiça, mentiras, ganância... muita lama e muita sujeira.

Qual o segredo de manter-se puro como a garça nessas situações?

O problema não está na lama em si, mas sim quando essa lama nos submerge, quando ela toma conta de nossas forças e emoções; pois quando isso acontece a cor, o cheiro e as demais características que essa lama (pecado) carrega passa a ser nossa também. E quanto mais tempo passamos parados e conformados nesse ambiente, passamos a ser tão corruptíveis quanto ele.

Paulo nos diz em Romanos 12:2:
   “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

Quando o apóstolo Paulo nos alerta: "não se amoldem ao padrão deste mundo...", ele quer nos advertir que mesmo em meio ao completo caos, a lama, a podridão que presenciamos e vemos diariamente tão de perto, nós não precisamos nos moldar e nos conformar com tudo isso. Devemos buscar uma mudança completa de mente, e isso implica em mudança dos hábitos que são contrários ao que Deus quer de nós, implica também em caminhar contrária a nossa natureza pecaminosa, e não se conformar com esse mundo vil do qual estamos inseridos até o pescoço, que se volta ao lamaçal do pecado como porcos num chiqueiro.

Deus é quem nos orienta e nos direciona a termos esse modo de viver, Ele é o mesmo que nos capacita a concretizá-lo mediante a atuação do seu Espírito Santo, Ele é a rocha na qual estamos firmados, mesmo que passemos por pântanos traiçoeiros, vales de escuridão e morte, temos plena confiança em Cristo.
“Ele me tirou de um poço de destruição, de um atoleiro de lama; pôs os meus pés sobre uma rocha e firmou-me num local seguro.” (Salmos 40:2)

ESSA É A GRAÇA DA GARÇA: VIVER EM MEIO À LAMA SEM SUJAR AS VESTES.
ESSA É A GRAÇA DOS ELEITOS EM CRISTO: VIVER EM MEIO AO PECADO SEM SE CONFORMAR COM ELE.


3 de fev. de 2014

Milhares de pessoas protestam em Paris contra casamento gay e 'teoria do gênero'


Paris — Milhares de opositores ao casamento gay ou à "teoria do gênero" protestavam neste domingo em Paris, em uma nova demonstração de força que revela o fortalecimento do conservadorismo na França.

Em um ato "pela família e pelas crianças", os manifestantes começaram a se reunir no início da tarde no centro de Paris. Os organizadores previam o comparecimento de dezenas de milhares de participantes. Em outras partes da França, principalmente em Lyon, manifestações também estavam sendo realizadas.

"Hollande, não queremos a sua lei!", gritava a multidão, composta principalmente de católicos tradicionalistas, mas também de muçulmanos ultraconservadores. Os manifestantes exibiam uma faixa com o lema: "Família: educação, solidariedade, dignidade".

Para Abdel e Said Ahmet, dois pais de família argelinos que dizem compartilhar os "valores comuns" com os manifestantes católicos, "é a família que deve ser responsável pela educação sexual, e não o governo".

Uma semana depois dos tumultos que marcaram a manifestação contra Hollande - que tiveram 19 policiais feridos e 226 pessoas detidas -, o ministro do Interior, Manuel Valls, advertiu que não toleraria atos de violência de manifestantes.

Logo no início da manifestação na capital francesa, a Polícia deteve doze militantes de um pequeno grupo de extrema direita no momento em que eles se preparavam para se juntar a uma passeata.

Após as mobilizações de novembro de 2012 contra o casamento homossexual, uma parcela mais conservadora da população francesa vê o casamento entre pessoas do mesmo sexo como uma ameaça à sociedade e teme a liberação da procriação medicamente assistida (PMA) para os casais de mulheres, a legalização das "barrigas de aluguel" e a pretensa "teoria do gênero".

O governo do presidente socialista François Hollande não prevê esses projetos, mas os assuntos geram um clima que alguns observadores consideram "repugnante" na França.

Cenário de um forte debate político, a França foi marcada pelo que muitos consideram um divisor de águas para a esquerda - a Revolução Francesa de 1789. Desde então, os ânimos no país se exaltam quando os esquerdistas chegam ao poder. Nos anos 1930, as ligas da extrema direita se mobilizaram para desestabilizar o governo de esquerda e a República. Em menor medida, a chegada do socialista François Mitterrand à Presidência, em 1981, causou revolta em meio ao eleitorado mais conservador.

Nas últimas semanas, uma "Marcha pela Vida" dos opositores ao aborto, em 19 de janeiro, e, depois, uma manifestação anti-Hollande, no dia 26 do mesmo mês, extrapolaram do quadro habitual de contestação política.

Durante essa manifestação, que terminou em confrontos com a Polícia, pequenos grupos de extrema direita questionaram a República e intensificaram uma ofensiva racista e antissemita.

François Hollande pediu atenção diante "dos movimentos extremistas, racistas".


"Teoria do gênero"

Durante a semana, uma nova polêmica eclodiu com um rumor segundo o qual as escolas estariam incitando as crianças a rejeitar sua identidade sexual, e até mesmo a se masturbar. Esse rumor, que não tem fundamento mas que atrai principalmente os muçulmanos, retoma a argumentação de grupos de extrema direita de inspiração católica que acusam o governo de querer impor a "teoria do gênero", interpretada como a negação da diferença entre os sexos e a promoção da homossexualidade.

Os organizadores da manifestação deste domingo pediram na sexta-feira a "retirada imediata" de uma experiência em curso em algumas escolas destinada a promover a igualdade entre meninas e meninos, e que visa, segundo eles, "a remodelar a atitude e a maneira de ser das crianças".

Antes da manifestação, Manuel Valls denunciou o surgimento de um "Tea Party à francesa" e pediu que a "direita republicana" se "desvencilhe claramente" desse movimento. O ministro do Interior mencionou "uma onda dos anti: anti-elites, anti-Estado, anti-impostos, anti-Parlamento, anti-jornalistas... Mas também e, principalmente, os antissemitas, os racistas, os homofóbicos... Todos simplesmente anti-republicanos".

Fonte: Google News
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